Na semana anterior, fui ao 8ªCongresso Mundial cujo tema era a Defesa da Vida.
Ai meu Deus,
eu fiz eu da minha vida? Filhos não tive
porque me livrei deles todos… 6… abortei… matei-os…
(chora… de
arrependimento e medo. Novamente é amparada por duas irmã uma
mais idosa e
outra muito mais jovem)
Não me
interessa o que dizem, para mim, matei anginhos… e é tudo que sei...
(volta a
chorar… dizem lhe que elas são mãe e filha, que levou tempo, mas que acabaram
por se reunir e agora estão felizes.)
Òh Deus!
Merecerei um dia essa Graça? É tudo eu gostaria de encontrar, depois de esta
vida perdida… quantas vidas são necessárias até que tenha direito a ver os
anginhos que destrui… Meus Deus, como tive coragem? Penso que fiz o melhor que sabia, trazê-los
seria dar-lhes apenas uma vida de miséria, de maus hábitos… seriam filhos
perdidos e quem sabe se alguém sem escrúpulos se iria utilizar deles e sabe-se
lá para que fim…
Não queria
ser mãe, vivi uma vida devassa, de álcool e serviço aos homens… nunca teria
condições de amar os meus filhos, como eu fui nos primeiros anos da minha vida,
enquanto meus pais queridos eram vivos… daí, do orfanato até a vida devassa,
foi apenas um passo… corri atrás de uma promessa de amor… do amor, carinho e
respeito que tanto desejava… Acabei sendo usada, explorada e sozinha… pura
ilusão… não rogo praga aos homens, á sua maneira também procuravam amor… como
eu… comecei cedo a descarrilar na vida,
até que fiquei doente, tossia sangue e morri… isso já entendi… não houve um
único dia em que não rezasse a Deus a pedir perdão e ajuda para os anginhos que
“matei”…
A solidão, a
procura de atalhos para a felicidade, peço-te eu registes este alerta, não
conduzem nunca à felicidade! Eu sabia
que estava a fazer mal, mas tinha comida em abundância na mesa… até como pouco… ganhei “amigo” para
partilharem a minha mesa muito rapidamente… e cada vez me sentia mais só…
Até que um
dia adoeci com tosse, os “amigos” foram-se… e estava gravida de novo… sei que parti durante o sexto aborto… Não sei por onde andei, não me recordo de
nada… apenas despertei há uns dias. Disseram-me para te acompanhar, que apenas
te observasse, que me trarias para aqui… não entendi… mas que tinha a perder?…
ouvi essa voz tão calma, depois de já ter sido enganada tantas vezes… nesta voz
acreditei… ao chegar aqui, já estavam á
minha espera de braços abertos!!!! Mas
tu não viste, pois não?
Não mereço…
sugeriram-me deixar o meu testemunho, seria um alerta para outros… tenho pena de não ser uma história bonita… a
verdade é que é como uma confissão… sinto-me aliviada, fico com o peito mais
liberto…
(Vem uma
irmã espiritual com um bébé ao colo… chora copiosamente… não é um dos seus
anginhos, mas é outro que precisa igualmente de carinho. Pegou o bébé,
abraçou-o e de
joelhos disse: “Graças a Deus! Graças por mais esta
oportunidade” . Seguiram com outras
mulheres em igual condição de sofrimento que aqui se reuniram, foram
encaminhadas por
uma espécie de portal
para uma espécie de hospital dedicado a mulheres e bebes. Esta
Irmã chama-se
Grace, / Brasil morreu com 24 anos).