(e chora copiosamente, é assistido por dois irmãos que o
abraçam demoradamente,
orei com eles: aqui é uma casa de oração e auxilio fraterno, todos estamos a
aprender… - expliquei mentalmente…)
orei com eles: aqui é uma casa de oração e auxilio fraterno, todos estamos a
aprender… - expliquei mentalmente…)
Não sei o que fiz da minha vida... não sei… não fui nada,
não fui ninguém… fugi da responsabilidade da vida… nem soube sequer viver para
mim… não sei como perdi a fé e a vontade de viver, isolei-me… abandonei tudo e
todos… não me lembro de ter sentido rancor… apenas desisti… desisti sobretudo
de mim… poderia ter feito tanto… olhei apenas para a satisfação dos meus
desejos… nas nem isso soube fazer… isolei-me… e agora nem me lembro bem das
razões… sempre senti uma saudade imensa de algo que não sei explicar… e a isso
me apeguei… nunca o atingindo, tudo o que vivi me sabia a pouco, e procurando
cada vez mais experências… mais me perdi e cada vez mais longe me sentia
daquela saudade, daquilo que não sei explicar o que é... um vazio que sempre me
desgastou… mas onde perdi eu o conhecimento de que a vida continua, que nunca
se morre?! Onde ?! quando?! Não me
lembro de me ter suicidado com qualquer acto grave, apenas desisti de
viver…. foi o mesmo que me ter suicidado
não foi? Recusei-me a viver!... é o mesmo!
Em vez de ajudar a família, ainda dei mais trabalho… vivi enlouquecido,
fechado em mim atá ao dia de hoje… que é feito da minha família? Guardo vaga memória, esposa, filhos,
pais… será desta vida ou de outra ou
outras? Vejo flashes de memórias,
sinto-as como minhas, mas não as sei relacionar… porque me mostram agora tudo?
Porque recordo agora o que perdi?!! Meus
Deus, como doi ver o tempo perdido… Meu Deus que fiz eu da minha Vida?!!
(chora novamente, amargamente, baixinho… rossas lágrimas a
cair… Mais uma vez é abraçado por pelos
Irmãos socorristas aqui presentes em permanente auxilio a todos que
aqui
chegam)
Que me espera ainda, não posso parar de ver as tristes
figuras que fiz? As vezes que não fui capaz de amar, de ajudar quem estava a
meu lado, começando dentro da minha própria casa… isto sim é loucura, ver o que
não fizemos e poderíamos ter feito… por
favor, já entendi… deixem-me descansar! Prefiro esquecer o que já fui! Que eu possa recomeçar, só quero isso,
recomeçar! Sem perder uma única oportunidade de fazer o que está certo! Viva eu
o que viver, que eu nunca perca a força e o entendimento para fazer o que está
certo… sem olhar a quem ou ao que for… não aguento mais ver o que fiz da minha
vida, pára por favor, não quero ver mais nada… não posso crer o quanto desisti
de mim mesmo… parem por favor, já entendi: não entendi nada de nada de Nada!
Meus Deus Piedade!
Por Piedade, até um dia, com conhecimento e coragem para
viver.
Um irmão.. não… ainda hei-de ser, hoje sou apenas um louco
suicida, que desistiu de viver…
Piedade! Meu Deus!
(e seguiu amparado para o seu plano espiritual chorando,
arrependido e pedindo nova
oportunidade de Vida)