Se é na morte que se aprende tudo, então para que nascemos?
Não era melhor continuar morto, nunca nascer? É tempo perdido vir para
aqui! Continuava-se a viver como morto e
pronto! omessa! Que disparate! Nascer na
Terra para quê? Qual é a finalidade
afinal? Um gajo vem para aqui, só faz asneiras e depois tem de pagar? Não era melhor se nunca cá pusesse os
pés? Não sofria nem fazia os outros
penar! Estava resolvido! Omessa! Omessa!
Mas para que raio vivemos aqui pá?!!! Eu
só queria nem sequer existir! Quanto mais ter tido filhos, mulher, pais, cão,
gato… é pá tanta coisa, e agora respondo por todas elas... é pá eu só queria
não ter existido…
(e chora copiosamente, é assistido por dois irmãos que o
abraçam demoradamente,
orei com eles: aqui é uma casa de oração e auxilio fraterno, todos estamos a
aprender… - expliquei mentalmente…)
orei com eles: aqui é uma casa de oração e auxilio fraterno, todos estamos a
aprender… - expliquei mentalmente…)
Não sei o que fiz da minha vida... não sei… não fui nada,
não fui ninguém… fugi da responsabilidade da vida… nem soube sequer viver para
mim… não sei como perdi a fé e a vontade de viver, isolei-me… abandonei tudo e
todos… não me lembro de ter sentido rancor… apenas desisti… desisti sobretudo
de mim… poderia ter feito tanto… olhei apenas para a satisfação dos meus
desejos… nas nem isso soube fazer… isolei-me… e agora nem me lembro bem das
razões… sempre senti uma saudade imensa de algo que não sei explicar… e a isso
me apeguei… nunca o atingindo, tudo o que vivi me sabia a pouco, e procurando
cada vez mais experências… mais me perdi e cada vez mais longe me sentia
daquela saudade, daquilo que não sei explicar o que é... um vazio que sempre me
desgastou… mas onde perdi eu o conhecimento de que a vida continua, que nunca
se morre?! Onde ?! quando?! Não me
lembro de me ter suicidado com qualquer acto grave, apenas desisti de
viver…. foi o mesmo que me ter suicidado
não foi? Recusei-me a viver!... é o mesmo!
Em vez de ajudar a família, ainda dei mais trabalho… vivi enlouquecido,
fechado em mim atá ao dia de hoje… que é feito da minha família? Guardo vaga memória, esposa, filhos,
pais… será desta vida ou de outra ou
outras? Vejo flashes de memórias,
sinto-as como minhas, mas não as sei relacionar… porque me mostram agora tudo?
Porque recordo agora o que perdi?!! Meus
Deus, como doi ver o tempo perdido… Meu Deus que fiz eu da minha Vida?!!
(chora novamente, amargamente, baixinho… rossas lágrimas a
cair… Mais uma vez é abraçado por pelos
Irmãos socorristas aqui presentes em permanente auxilio a todos que
aqui
chegam)
Que me espera ainda, não posso parar de ver as tristes
figuras que fiz? As vezes que não fui capaz de amar, de ajudar quem estava a
meu lado, começando dentro da minha própria casa… isto sim é loucura, ver o que
não fizemos e poderíamos ter feito… por
favor, já entendi… deixem-me descansar! Prefiro esquecer o que já fui! Que eu possa recomeçar, só quero isso,
recomeçar! Sem perder uma única oportunidade de fazer o que está certo! Viva eu
o que viver, que eu nunca perca a força e o entendimento para fazer o que está
certo… sem olhar a quem ou ao que for… não aguento mais ver o que fiz da minha
vida, pára por favor, não quero ver mais nada… não posso crer o quanto desisti
de mim mesmo… parem por favor, já entendi: não entendi nada de nada de Nada!
Meus Deus Piedade!
Por Piedade, até um dia, com conhecimento e coragem para
viver.
Um irmão.. não… ainda hei-de ser, hoje sou apenas um louco
suicida, que desistiu de viver…
Piedade! Meu Deus!
(e seguiu amparado para o seu plano espiritual chorando,
arrependido e pedindo nova
oportunidade de Vida)