Psicodigitação recebida na Aela a 19.01.2017. Durante a tarde fui a uma consulta médica num hospital.
Sentia
frio, sentia calor, ora ria até não conseguir respirar ora chorava até sufocar…
um dia sem me aperceber o quê exactamente… algo mudou… - hoje já percebi: tinha
morrido!
Não
entendi porque não me respondiam, porque tinha fome e não conseguia comer…
porque via, porque falava ainda que não me ouvissem…não entendi nem o como nem
o quando… foi assim tão simples que, quando me apercebi de que algo se tinha
passado… tinha-me tornado aquilo de que sempre fugira: era um fantasma! Uma
alma penada!
Sempre
fantasiei sobre o momento da minha morte, apesar de não ter acreditado em nada,
gostava de ler livros sobre o assunto, vi algumas teorias, opiniões, correntes
de pensamento… era como que uma diversão para mim, embora nunca o tivesse
verdadeiramente aceitado na minha consciência.. Para dizer a verdade, com a
boca negava, com o coração… ia dando o beneficio da duvida… Não faz sentido o que digo…
Porque
se lê tanta coisa, se fala de anjos, de musica celeste, de campos luminosos e
verdejantes, da bola de luz…. Não vi
nada e morri quase sem me aperceber… esperava para essa ocasião, todo o mundo
de coisas especiais… nada! Foi tudo muito pacifico… sem sobressaltos… nem me
apercebi! Essa é a verdade!
Olhando
para trás, gostava mais de ter falado com alguém, do que andar a fazer
pesquisas apenas por mim próprio, juntei ás minhas fantasias, aquelas que
lia!... Muito se fantasia sobre a morte! E contudo é uma coisa bem natural…
Hoje,
já sei, já me explicaram: uma morte em paz ou em sofrimento, depende muito do
nosso merecimento. Assim como ver os familiares que podem vir ao nosso
encontro, ver anjos, ver luz… tudo é possível e natural. Quanto mais sabemos
sobre o momento, mais nos preparamos e entendemos que se levar-mos uma vida
justa, mais hipóteses temos de ter um momento de partida também justo e calmo…
Claro, no reverso, “se matas a ferro, a ferro morres…” – hoje compreendo…
Não
fui bom nem mau.. andei por cá… apenas
isso... ficou-me a lição: ver os outros a viver e fingir que vivemos,
não dá direito a uma morte com benesses…
leva-te a teres de acordar por ti!
Enfim,
não tenho grandes coisas para contar, apenas quis deixar o meu desabafo.. se
calhar o meu alerta, pode “acordar” alguém…
Agradeço
aos que me acolheram – os Socorrista da Luz - esclareceram e neste momento me
aguardam. Sigo com um grupo para um local de estudo e preparação para nova
vida…
Talvez
um dia possa eu ajudar alguém em iguais ou piores condições…
Sou
grato a Deus pela assistência recebida, mesmo sem a merecer… reconheço!
Até um
dia, espero!
Francisco
P., 58 anos, Lisboa.