Vivi muitos anos isolado num cabine na montanha, sentia-me
em paz. Voltei viver a cidade e senti-me
sufocar… o barulho, a poluição, as pessoas… a falsidade que reina entre elas….
Entre os animais e eu, o que existe é respeito! Convivemos,
uns mais perto, outros mais de longe… talvez a curiosidade nos levou a
aproximar, contudo mantendo sempre algumas distancias… cada um tem o seu espaço,
é preciso saber respeitar. Podemos ser todos perigosos uns para os outros… mas
se não invadirmos o espaço de cada um, temos paz e boa vizinhança.
É uma coisa que não se consegue entre homens: o respeito
pelo espaço de cada um! Sentindo-se
encurralado e espezinhado, o homem reage como um animal feroz, irracional!
Louco! Não medindo muitas vezes as consequências das suas acções…
É algo que não suporto, a prepotência do homem sobre os mais
fracos – homens ou animais…
Prefiro a solidão da montanha, não faço mal a ninguém, nem
sofro mal de ninguém… oiço o cântico das aves, o uivar dos lobos… o estoiro do
relâmpago … leio livros… julguei que era
isso a ideia de felicidade máxima que se poderia ter!!... a solidão na natureza… o silêncio…
Mas no final… sinto apenas que desperdicei a minha vida…
Não fiz as pazes com quem me zanguei, não ofereci pão a mendigos…
Que fiz eu da minha vida para além de apenas esperar que o
tempo passasse…
Só agora entendo… Perdão meu Deus! Fui um louco! Desperdicei a oportunidade de me
refazer! Tenho tantas dividas para
saldar...
Vou com outros loucos idiotas como eu, nada mais tenho a acrescentar: rezem por nós!
Somos uns quantos nesta situação,
Adeus, quem sabe se até um dia
João B.
Do Mundo!