Recebido na AELA a 02.06.2016
Eu cai, eu
rolei, eu rebolei, eu ceguei! De nada me valeu os conhecimentos que tinha da
vida espiritual, sempre quis ser eu primeiro, eu a seguir, e depois ainda eu,
sempre EU! Que raio pensava eu
alcançar? Vivi para mim apenas… vivi
para a minha imagem acima de tudo! Não
gostava do que mostrava, mas queria ser temido, ser respeitado. Não entendi que
também se pode ser respeitado pelo Bem que fazemos. Respeito para mim, era ser temido! E agora aqui estou sozinho… e ninguém me
teme! Já fui escorraçado de muitos sítios… um dia, já cansado de fugir…caí no
chão a chorar e a pedir a Deus Clemência para a minha imbecilidade… Fugir sim,
fugir!!! Cansado de fugir! Porque só se
é valente quando se tem alguém mais frágil para espezinhar! Queria ser… parecer! Algo que não era… não era mau, e muitas vezes
contrariado, fazia de mau e de noite não dormia… com remorsos… e no entanto, lá
estava eu de novo, no outro dia de manhã a fazer exactamente o mesmo, ou pior
ainda… Que tola ilusão, julgar que
maltratando outros, seria mais respeitado!
Respeito, é muito mais do que eu imaginava! Eu fui apenas temido, mal amado! Odiado
mesmo! E no entanto tudo o que eu queria era que alguém me olhasse nos olhos,
me desse um abraço e me acalmasse, não eram precisas palavras, apenas um
abraço… talvez tivesse mudado o curso da minha vida se tivesse merecido esse
alguém para me abraçar… e mesmo assim
ainda me pergunto, se passei tanto tempo á deriva por aí, se precisei de todo
este tempo para “amolecer” … seria eu capaz de aceitar de coração, um abraço,
uma palavra amiga? Seria eu capaz de descer do meu castelo “altaneiro” e ouvir,
ver alguém que não eu? É fácil olhar para trás e julgar… mas muito triste…
teria eu sido capaz de ouvir sequer?
Mas que fiz
eu da minha vida?... da minha triste vida?
Como se pode ser tão cego? Tão louco? Tão soberbo?!!!!
Ganhar o
respeito de alguém é algo que implica muito Entendimento e conhecimento das
Leis da Vida! Será que um dia o vou alcançar?
Por agora só quero estar calado. Nem quero correr riscos de sair
asneira, fá falei demais até ao dia de hoje… é melhor calar a boca e abrir os
ouvidos e o coração… parece lamenchas, mas é o que preciso fazer, se quero
sentir-me melhor. Olho para os que estão
a aqui a ajudar e a orientar os ingratos que aqui chegam e sente-se a sua
calma, apesar de firmes são calmos… Merecem Respeito! Era assim que eu gostava
que olhassem para mim… com verdadeiro respeito!
Meu Deus! Depois de deixar estar
palavras, faço o voto do silêncio: não abrir a boca até que aprenda: “ Se não é
bom, se não é útil o que tens para
dizer, CALA-TE!”. Li isto um dia, na altura achei que era uma loucura… e olha
onde cheguei… talvez agora aprenda!!
Entrego-te
toda a minha gratidão por registares o meu testemunho, agradeço a Deus mais
esta oportunidade de viver, vou esforçar-me calado para ser melhor. SE tenho de voltar á Terra, que Deus permita
que venha como surdo mudo, para que esta máxima, nunca me saia da memória, para
que nada me distraia deste propósito:
“ Se não é bom, se não é útil o que tens para dizer, CALA-TE!”
Espero
voltar um dia para retribuir o carinho aqui recebido
Até um dia!
Ernesto Silva
(da Córsega)