Recebido a 16-10-2008 na AELA e publicado no www.aela.pt a 17.12.2007
Nota: mulher jovem suicida e infanticida.

Não interessa meu nome! Sou uma mulher que matou seu filho e de seguida se suicidou! Meu filho tão pequenino! Não quis que sofresse! Não tinha dinheiro, não me podia prostituir! Tinha aquela doença que contamina os homens. Vivi nos anos 20 em Lisboa! Vim de França! Sozinha! Fugi por estar grávida! Não tinha leite! Desisti! Não tinha como sustentar a mim e à criança! Preferi desaparecer de França naquela altura, ter um filho sem apoio era muito duro! Acho que ainda é! Mas podia ter-me safado! Não teria este remorso de ter matado uma criança, podia tê-la dado para aquelas casas onde recebem as crianças. Mas que digo! Seria uma vida de tanto sofrimento! Ele não pediu para nascer! Não pediu! Meu Deus! Que faço eu! Que fiz eu! Matei por Amor, meu filho! Não aguentei os remorsos, a dor! Fiquei despedaçada! Como pode Deus permitir isto! Como? O sofrimento de um inocente!
Tenho ouvido muita coisa! Faço por entender, mas não consigo! É dor demais! Sei que sofremos o que já provocamos. Mas dói, dói demais! Não consigo, ajudem-me a entender! Preciso de Paz! Preciso ajudar meu filho! Onde está meu filhinho! Preciso explicar-lhe tudo! Que o amo demais! Tenho de explicar-lhe! Meu Deus! Meu Filho! Minha carne! Meu filho! Deus Pai ajudai-me! Ajudai-nos! Quero ajudar outras mães a ultrapassar as mesmas situações! Meu Deus! Faço tudo para me redimir, a ajudar outros! Meu Deus! Paz! Paz! Preciso de Paz!
Notas:
*A médium psicógrafa tentou falar com ela mas teve a sensação de que já chegou a
ela preparada. Ficou com a ideia de que quem a esperava era alguém com o seu filho.
*o Guia da médium veio e escreveu:
já foi ajudada! Bom trabalho, estás a aprender.