Nota: entidade muito revoltada – escreve vigorosamente no incio e depois vai acalmando. Sobre um casal que estava a ser tratado – a esposa estava no banco
Desgraçada, desgraçada, ela já me enlouqueceu muitas vezes, agora tem de pagá-las, tem de pagá-las, desgraçada! Há-de ficar louca pois, louquinha! Ela e o marido, não é melhor que ela não, desgraçado! Desgraçada, nem a pão e água deviam estar! Ainda tem muito do me tirou, desgraçada, ele também não é melhor não. Deixem-nos! Eles tem de pagar, belas prendas, belas prendas que são pois! Coitadinhos! E aqueles que eles já mataram? Que levaram á loucura? E esses? Eu sou um deles? Quero vingar-me pois! Desgraçados! Os dois, pois! Os dois! Não há um melhor que o outro! Desgraçados!
(tentei esclarecer)
Pois sim! Pois sim! Tontos! Balelas! Quem fáz, paga e pronto!
(tentei esclarecer)
Oiço o quê? Falam bem, mas só me querem agarrar?
(e recomeça a escrever com letra mais pequena e mais calma)
custa-me a crer, custa-me a crer que alguém se lembre de mim, não fui boa rêz… fiz poucos amigos e da família…. Que família? Nem me lembro…. Nem me lembro….
(tentei esclarecer)
Obrigada, eu vou, espero voltar um dia, eu vou.
Desculpem, eu vou, levo-os comigo, eu vou.