Pois eu
entendo, ser bonzinho! Ser bonzinho, ser bonzinho! Pronto eu já entendi! Mas
não fui, e agora? Atiro-me ao mar? Atiro-me ao fogo? Também já percebi que
também não é assim, que não é por aí que devo de ir… é pá, mas é que isto é
difícil!!! Ando por aqui, já não sei há quanto tempo, a fazer nem sei o quê….
Já nem lembro quem sou, quem fui…
melhor, nem me quero lembrar…. Se tivesse sido coisa boa, não estaria
aqui neste estado desmemoriado… a sentir-me vazio… e envergonhado…. Garganta? Tenho muita! Presunção, idem idem!
Não me lembro de nada que me salve! Traste, fui isso que eu fui… nem quero lembrar o que fui… o que sou…
Trabalhar, é o melhor remédio, por favor, permitam-me apenas trabalhar… manter
a cabeça ocupada e servir para qualquer coisa boa… rezo depois, agora só quero
trabalhar… assim quando chegar a hora de descansar, descanso mesmo… esqueço a
vida vazia que tive… é só isso que quero… estudar e rezar fica para depois… só
quero trabalhar…
É isto que
apenas peço! Não tenho serventia para mais
nada, é o castigo que desejo pelo egoísmo com que vivi até aqui…
Agradeço
terem-me ouvido! Até um dia quem sabe… se eu merecer…
Celestino
Prates.
Bragança
1702
(Hoje falei ao telefone com colega que está
no Norte do país)